FORUM DE DEBATE POLÍTICO

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

A humildade da entreajuda




Estamos de todo imunes às calamidades de “telejornal”? Está visto que não.
Por cá também existe criminalidade. E, onde ela existe, não há segurança.
A nossa insegurança é, em muito, importada. É sabido que hoje em dia os criminosos procuram fazer uma vida normal e portanto quase sempre praticam o crime fora de portas.
Já não estou a pensar na criminalidade “bem” organizada que escolhe os alvos selectivamente. Estou a falar de uma espécie de “criminalidade para a bucha” ou então para a satisfação de uns instintos mais primários.
A punição desta criminalidade é importante mas é obviamente pouca. Não investir na sua prevenção é desperdício: de pessoas que podiam ser úteis e viver em clima mais saudável e de bens que muitas vezes são públicos e portanto benéficos para todos.
Se é possível identificar eventuais delinquentes em potência deveríamos actuar dentro das normas que a lei nos faculta. Até seria importante que contribuíssemos também com o nosso espírito de entreajuda. Onde houver desinserção social não podemos estar contentes e parados.
Hoje deveriam ter uma atenção especial os problemas da exclusão social e derivados. E dentre eles o caso específico da auto-exclusão. Este fenómeno que quase só vemos surgir no contexto da toxicodependência pode vir a alastrar a outros extractos sociais.
São muitas as vítimas indefesas da evolução, das novas tecnologias e da economia global que podem vir a surgir. Não há valores sociais suficientemente partilhados para resistir às acometidas de novos factores, alguns dos quais exógenos.
Não é de mais contribuir para ajudar essas possíveis vítimas a criar defesas em relação aos “perigos” de um futuro incerto. Utilizemos todas as ferramentas que permitam favorecer e promover a coesão social e caminhemos em direcção ao futuro sem medo e com a destreza que só uma boa formação e os bons exemplos nos possibilitam.
O reforço da nossa identidade passa pela revitalização do espírito de entreajuda, por dar fôlego e energia aos valores pessoais e sociais que fortaleçam a harmonia social.
De todo nos falta o “queijo limiano” da humildade e do espírito.


Manuel de Sousa Pires Trigo

sábado, fevereiro 18, 2006

O Vento sopra sobre o rio



Na calma pacatez do burgo algo se move. A dimensão terráquea, linear, unidimensional é subitamente posta em causa. A perturbação apodera-se das mentes mais sugestionáveis.
Tinham entrado num jogo que conheciam. Aprenderam durante anos a usar as armas da sugestão e do artifício. Estavam prestes, quase prestes a atingir objectivos de uma vida: A deferência, o “reconhecimento” da sociedade, o ego que se expande e se extasia, a chapelada, as benesses sem fim.
Mas eis que um leve vento sopra. Traz no seu ventre genes de lucidez. Espalha nas encostas as sementes da luz. Todos podem ter acesso à claridade.
O vento a todos vergasta e os seus olhos abrem-se extasiados.
A luz a uns encandeia e perturba e a outros clareia a vista e alivia.
Esses apercebem-se que o jogo estava viciado. Apercebem-se que o vento benfazejo é desviado da sua rota pelos que odeiam a luz.
A escuridão ameaça rodear todos. Aqueles que já conhecem os caminhos querem continuar a ser reis.
Mas alguém acorda também e se apercebe que tem de dar força ao vento. Que o vento se tem de tornar forte e irresistível. Que as trevas têm de ser vencidas.
Reis, candidatos a reis, reizinhos, animadores da corte tremei que o vento é impetuoso .


Manuel de Sousa Pires Trigo

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Ideias para uma nova gesta!

“Não é nas Universidades que se aprende a ter vergonha na cara! É na nossa casa”.
Lula da Silva, Presidente do Brasil.



Foi com raro sentido de oportunidade, e com saber de experiência feito, que o ilustre Presidente brasileiro fez, em Junho do ano passado, a afirmação referida.

De facto, sem pretender ser moralista, creio que este ponto de vista se encaixa perfeitamente em determinadas eminências pardas da nossa comunidade, em especial, do espectro social.

Na política local, hoje parece estar a surgir aquilo que se designa por “mobbing”, uma técnica para influência de massas, um expediente para induzir aos múltiplos tipos de consumo, uma maneira habilidosa e sub-reptícia de iludir os incautos, uma certa forma de pressão psicológica, sem pudor, com intenções objectivas mas, à primeira vista, pouco claras.

E isto não é um amontoado de palavras ou simples verborreia. Não é a chamada conversa da treta. É pura realidade.

Como gosto de aprender com quem sabe, com pessoas que não só saibam mais, mas que, acima de tudo, tenham feito melhor, socorro-me com alguma regularidade do pensamento ou das ideias de sábios eminentes, como é o caso do Engenheiro Edgar Cardoso que, certo dia, referiu: - “em todos os rios há sempre um sítio, que existe ou que foi feito, para pôr uma ponte”.

Nesta perspectiva e com a deferência devida, seria muito bom que neste rio social em que vivemos, cujo caudal aumenta proporcionalmente ao chorrilho de provocações, impropérios e insultos, muitos pontos separados entre margens se unissem, através dos sítios que em grande número existem, para possibilitarem o surgimento de novas realidades, para a edificação de novas e verdadeiras pontes de desenvolvimento, um ambiente mais saudável.

É necessário pôr a ponte no sítio certo.
É preciso pôr os pontos nos iis. Mas, de forma adequada, sem subterfúgios, com lealdade e sem cobardias. Com frontalidade, respeito e nos locais e formas certas.

Diz o Povo, e com alguma razão, que faz mais quem quer do que quem pode! E querer é poder.
É que, o todo é mais do que a soma das partes. Entre duas partes há sempre um intervalo, por mais insignificante que seja. Portanto, às partes é necessário somar também os intervalos.

E um bom político não dá conselhos, faz diagnósticos e age em conformidade.

Jorge V. Silva

terça-feira, fevereiro 14, 2006

AGOSTINHO DA SILVA


No centenário do nascimento do Homem, do Pensador, do Filósofo, do Pedagogo, do Democrata Agostinho da Silva, uma breve reflexão em gesto de homenagem.

“São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem”.
Agostinho da Silva


Montenegro Fiúza

O DESASTRE PREVISÍVEL


Na ecovia é presumido andar a pé ou de bicicleta. De barco não.
Pois a partir das 17 horas do dia 12 de Fevereiro até às 11 horas do dia 13 de Fevereiro, a estação elevatória localizada no lugar do Buraco na Correlhã, perto da foz do Trovela, resolveu debitar para a ecovia uns larguíssimos metros Cúbicos daqueles detritos domésticos, alguns de consumo privado e higiene pública, que se subentende deveriam ter outro destino. A Etar ainda não inaugurada, mas já debitando os seus efluentes, decerto menos tóxicos, mas também para um areal próximo já conspurcado e doente, esperaria ser esse destino transitório.
Como além disso meteram uma rede a “entregar” ao proprietário do terreno marginal uma boa fatia do terreno que constitui o leito natural do rio, as pessoas queriam passar e é o tanas. Volta para trás que te enganas.

Manuel Sousa Pires Trigo

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

A estrutura da rede escolar de Ponte de Lima


Há uma questão em que não é possível transigir: Os critérios de planeamento definem que quanto à constituição de agrupamentos de escolas ”não deve ser ultrapassada a base concelhia”. Assim o agrupamento de escolas de Lanheses não pode agrupar Fontão e Arcos. Estas duas freguesias ou integram outro agrupamento na área municipal ou se cria mais um agrupamento agregando outras freguesias, o que é perfeitamente possível.
Outra questão importante é o incentivo que é necessário dar às freguesias periféricas do concelho de Ponte de Lima. Elas não se sentirão mais limianas por terem que mandar as suas crianças para estudar na sede do concelho. Criar escolas na periferia é desenvolver o concelho e descentralizar as estruturas necessárias ao desenvolvimento urbano dessas regiões.
Correlacionada com esta situação há o problema das freguesias intermédias que, mesmo estando mais perto da periferia, consideram que é mais vantajoso caminhar para o centro. É a velha inveja a funcionar: já que não é para mim, também não é para o vizinho.
A luta contra a macrocefalia não é só um Porto-Lisboa. À nossa dimensão também temos as nossas lutas, as nossas cobiças, as nossas traições. Há quem pense em desarmar separatismos, há quem tenha ambições megalómanas. Há quem faça a apologia dos caixotes e promova o abandono do campo.
Outra questão igualmente importante é o desincentivo que é necessário dar às pessoas que, sendo comerciantes, empresários, funcionários ou empregados e trabalham na Vila, trazem os seus filhos para frequentar o ensino na sede do concelho. É uma questão de pensarem que tem melhor ensino na Vila e que isso é mais cómodo para si em função dos seus horários de trabalho. Mas diz muito do seu amor à terra que tanto apregoam.
Dos mais graves problemas a resolver é o do transporte. O transporte é o elemento que falta para ligar fisicamente a rede escolar à realidade circundante. E este problema é tanto mais grave quanto achamos que tem condicionado sobremaneira as opções tomadas.
Os “transportes públicos” privados estão há muito tempo em falência técnica. As condições estipuladas para o transporte das crianças tornam impossível a reconversão das frotas e impraticável o transporte simultâneo de crianças e outros utentes. A não ser que se continue a fechar os olhos às ilegalidades, a Câmara Municipal tem de assumir por inteiro essa responsabilidade.
A solução para o transporte de crianças parece passar por autocarros médios, talvez entre 15 e 30 lugares, geridos a nível de cada escola de modo a que quem os conduza possa, no restante tempo de serviço, prestar outro tipo de colaboração nas actividades ligadas à educação.
Um problema particular é a escola da Vila. Encurralada, ela não tem condições para albergar sequer metade dos seus actuais alunos, mas o que chegaria para a população residente.
Será que a Câmara Municipal a vai querer fechar ao construir na Feitosa um complexo grandioso fora do normal para o nosso meio e quando o Vale do Trovela já vai ter uma outra escola em Fornelos?
Há aqui intenções que devem ser esclarecidas.



Manuel Pires Trigo

domingo, fevereiro 12, 2006

A sanidade mental do Deputado

A Assembleia Legislativa da Madeira torna-se, de tempos a tempos, mediática não tanto pelas medidas tomadas em benefício da população islena, mas sobretudo pelos impropérios verbais que ali ocorrem.
O mais recente caso relaciona-se com o pedido feito por um Deputado para se verificar a sanidade mental de um outro Deputado.
Que falta de respeito democrático nos é dado por estes senhores que, em épocas eleitorais, se desfazem num sem-número de filantropias para apanhar votos! São a vergonha de quem neles confia!
São indecências destas que fazem com as pessoas se abstenham sempre que há eleições.
O pior de tudo isto, porém, é os Deputados dizerem o que dizem ou aquilo que os exortam a dizer, naturalmente com as devidas reservas, e nada lhes acontecer.
Depois, não admira - e os protagonistas são quase sempre os mesmos - que quem insultou no passado continue a fazer o mesmo no presente.
As Assembleias, sejam elas Municipais ou Regionais, de Freguesia ou da Nação, são locais por excelência para, através do intercâmbio das ideias, se cultivar a essência da democracia: o respeito pelo sempre necessário pensar diferente.
Quem não respeita o pensamento alheio não é digno de entrar na casa da democracia.

Cristovão Pereira

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

"É preciso descobrir o erro, e não a verdade."


"É preciso descobrir o erro, e não a verdade."
Carlo Suares


É comum atribuir-se à palavra "política" a missão de revelar a verdade e desenterrar o erro.
A Pravda - A "Verdade" - tal é o título do jornal fundadado por Lénine, não é património histórico nem do marxismo, nem de qualquer outra doutrina sociopolítica, nem a verdade nem o erro possuem estatuto histórico.
É de facto a inteligência a relação que se estabeleçe entre o homem a verdade e o erro.
O problema do erro coloca-se em política, como aliás em todo o pensamento e a acção humana.
Qualquer operação de transmissão e reprodução de dados comporta um risco de erro. Por isso torna-se fundamental para o Homem livre e em Liberdade que avalie permanentemente os seus dispositivos de resistência, tolerância, detecção e correcção do erro.
Em política a estratégia comporta essencialmente a arte de induzir o adversário em erro.
Mas, dirá cada um de nós: quid est Veritas? Cada um de nós é um juiz romano, a fazer de conta que não sabe aquilo que sabe perfeitamente bem. A verdade da qual alega nada saber.

Montenegro Fiúza

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

As "Sete Vidas" de "Laura"

“Só o melhor é suficiente para mim”
Calouste Gulbenkian

Há alguns dias teve início na SIC (estação televisão) um novo programa de humor e entretenimento designado “7 vidas”, de cujo elenco fazem parte algumas figuras bem conhecidas do meio televisivo.
Na minha perspectiva, trata-se de um programa simpático, engraçado, genericamente de comédia, uma história rocambolesca com bastantes tropelias à mistura, no qual sobressai um actor, Jorge Mourato.
Até aqui, tudo bem!
A dado passo entra em cena “Laura” uma jovem de 25 anos «natural de Ponte de Lima».
Até aqui, também, tudo muitíssimo bem!
Só que “Laura” é uma jovem recém chegada do Norte….., uma prima afastada da família lisboeta, personagem superficial, fútil, “bota-de-elástico”, uma cabeça ôca, com um quociente de inteligência muito abaixo da média, natural de Ponte de Lima.
“Laura”, que pretende encontrar um emprego na capital, é uma compradora compulsiva, gastadora obsessiva, uma ignorante de mão cheia, viciada do cartão de crédito alheio (pertença do pai), revela uma grande instabilidade emocional, pois, muda de namorado como quem muda de camisa, e natural de Ponte de Lima.
Todos têm dela uma imagem de “betinha”, ou seja, em calão, pessoa fácil de enganar. Sinónimo de anjinho, otária, palerma, totó, lorpa.
“Laura” é, para Patrícia Tavares, actriz que encarna este papel, uma autêntica «palhaça», natural de Ponte de Lima.
Enfim, é esta a imagem negativa de Limiana, de Nortenha que “Laura” transparece. Um estereótipo da juventude de Ponte de Lima com uma conotação depreciativa que, de modo nenhum, tem a ver com a juventude do Concelho, muito menos, dignifica os jovens limianos.
Faltam saber as razões que levaram os autores desta “sitecom” a associarem “Laura” a Ponte de Lima.
Com que intenção?
Será que alguém poderá perceber e explicar os motivos desta conotação negativa, que levou a associar Ponte de Lima, a sua juventude, e o seu termo à ideia de atraso, de provincianismo atávico?
Terá havido algum episódio ou outras estórias na história limiana recente, que terão levado a “inteligência” cosmopolita da capital a tal atitude?
As respostas procuram-se.
É certo, que é saudável e sinal de bom senso termos a capacidade de rirmos de nós próprios, das nossas fragilidades. Mas, também não é menos certo que, quando as situações não são devidamente explicadas, podermos pensar que nos estão a faltar ao respeito. Quando assim acontece, devemos lembrar às eminências pardas, à cultura pretensamente culta doutras paragens, que há muitas vidas para além das nossas, que merecem o nosso cuidado, deferência e atenção, especialmente, a população juvenil de qualquer ponto do País.
Parafraseando respeitosamente o insigne, e culturalmente insuspeito, Calouste Gulbenkian, que tudo o que há de melhor para o futuro (não é a juventude?), seja o suficiente para mim e para todos nós, limianos, nortenhos e, já agora, lisboetas e portugueses.

Jorge Silva

domingo, fevereiro 05, 2006

COMUNICAÇÃO VERSUS MEDIATISMO

Há quem consiga dividir uma questão em duas. Uma questão é a mediática: Vamos a saber quem opina mais depressa. A outra é a constituída pelo “problema em si o qual requer meditação”.
Para a primeira abordagem, o mediatismo, não é necessário substância, nem meditação: É só disparar.
Já a outra abordagem exige o respeito pelo princípio socrático: façam-se perguntas que elas são necessárias, as respostas já não são tanto assim.
E se fossemos dando algumas respostas não seria melhor? Por mim acho que teríamos a alegria de ter novas perguntas a fazer. Este universo não tem fim e perguntas não faltam, há sempre um mundo novo a descobrir.
Mas nem tudo são alegrias. O estudo é duro, a inspiração sozinha não chega. Temos de testar as opiniões, confrontar pareceres, nunca há certezas definitivas, mas chegados ao momento decisivo temos de decidir entre as possíveis opções.
Há maneiras de pensar que estão cheias de vícios. Há conselheiros que nos levam para linhas de pensamento que não são as nossas. Há ruídos que nos violentam.
A maior violentação da inteligência é decidir ou querer que os outros decidam sem primeiro recolher todos os dados, avaliar todos os factores, pesar todas as implicações, recolher argumentos para uma explicação racional das soluções a adoptar
Mas há momentos para tudo e ainda tem de haver tempo para descansar. Cada uma avalia por si se os gastos com a política são bem empregues. A política nem é a actividade principal da humanidade.
Certo, certo é que é dignificante contribuir para eliminar barreiras. Como era bom que a informação transitasse, a sabedoria emergisse, a bondade florescesse.
Trincheiras, posições, campos perfeitamente delimitados, guerra suja, poeiras, fumos, pronunciamentos, etiquetagens são tudo coisas abomináveis. Esperteza saloia, sorrateirice, calúnias, boatos são coisas perfeitamente execráveis. Os novos políticos arrastam os erros do passado.
Parece fácil comunicar quando hoje há tantos meios, uns mais “mediáticos” que outros. Mas reflectir sobre o que se diz, sobre a forma como se diz, sobre a legitimidade dos fins que se querem atingir, seria bom de vez em quando.



Manuel de Sousa Pires Trigo

sábado, fevereiro 04, 2006

O ENCERRAMENTO DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS

Consta que o Governo prepara o encerramento de várias centenas de escolas, sobretudo primárias (para usar a antiga terminologia), um pouco por todo o país, medida que me parece bastante nefasta para muitas aldeias deste país.
Na verdade, a Escola Primária é uma instituição que faz parte da identidade de muitas aldeias portuguesas. A par da Igreja Paroquial, é um dos símbolos gerador da unidade plural que caracteriza mormente as populações da ruralidade lusitana.
Concordo que, nos locais onde houver menos de 10 crianças a frequentar a instrução primária, elas sejam transferidas, sem quaisquer custos para os Encarregados de Educação, para a escola da localidade mais próxima. Havendo um mínimo de 10 discentes, porém, parece-me ser justo que frequentem o estabelecimento da sua aldeia.
Numa época em que se apregoa tanto o ensino individualizado, o reduzido número de alunos por escola favorece esta prática pedagógica.
Melhorem as condições físicas das escolas, dotem-nas de actualizado material didáctico e informático e estabilizem os docentes que nelas trabalham para que das aldeias deste país continuem a sair homens humana e culturalmente bem formados, como há tantos em destacados lugares da sociedade.
Não é fechando escolas, por poucos alunos que nelas haja, que se vai remediar o terrível caos educativo a que se chegou em Portugal!
Que saudades que tenho - eu que hoje trabalho numa escola com mais de dois mil alunos - da escola primária da minha aldeia, onde todos nos conhecíamos e com todos aprendíamos!

Cristóvão Pereira