FORUM DE DEBATE POLÍTICO

segunda-feira, janeiro 30, 2006

PROFETA DA DESGRAÇA ?

Desde há três meses que o Sr. N. M. anda à procura de conflitos. Para tal vai lançando farpas através de vários órgãos e meios de comunicação social. Não sabemos se tal se insere em qualquer estratégia individual ou de grupo ou se é o resultado da ausência de uma qualquer estratégia clara.
É natural que não queira dizer ou que até não saiba. É natural que se deixe levar pelo instinto e, se assim é, o instinto não é bom conselheiro.
O mínimo que será necessário dizer é que a contribuição de cada um e de cada grupo minimamente organizado para alcançar o bem comum deve ser aferida pela sua participação nos órgãos próprios do poder.
Mas também pela sensibilização da população em geral para os problemas a necessitar de mais premente solução e pela divulgação de uma perspectiva mais apropriada para vencer novos e velhos desafios que a todos dizem respeito e para cujo vencimento se exige o concurso do maior número possível de pessoas.
Neste ponto estamos quase no grau zero. Se todos os actuais ocupantes do palco da política local desaparecessem tão misteriosamente assim, poucos seriam lembrados no futuro como tendo tido uma participação válida na vida política.
Estamos cheios de presentes ausentes mas se não é desta opinião o Sr. N. M. deveria tecer umas loas às estrelas do seu firmamento. Ficaríamos a saber com que linhas se quererá coser.
Não chega lançar profecias catastróficas sobre o futuro que se desconhece.
Todos nós queremos que o nosso futuro seja claro e luminoso. Há quem deseje que o dos outros seja enevoado ou mesmo negro. E há quem transforme desejos em pretensas realidades e roce o limite da pura aleivosia.
Hoje em dia a utilização dos meios de comunicação, sendo importante para romper a mesquinhez dos círculos fechados, é também o melhor meio para lançar a poeira sobre os outros, a quem se quer prejudicar.
Nem quem mais sabe é quem mais aparece, nem o lançar propostas desconexas colhe hoje facilmente na opinião pública.
Mas cada qual é livre de opinar sobre o que lhe vier à cabeça. Ter por objectivo ferir irresponsavelmente os outros sobre demissões da responsabilidade, que cabem a cada um ou ao grupo a que pertence aferir, é que não está manifestamente certo.
É o maximalismo revivalista lusitano a teimosamente emergir.



Manuel de Sousa Pires Trigo

domingo, janeiro 29, 2006

Cavaco Silva em Ponte de Lima

Fiquei estupefacto ao ler hoje num dos diários nacionais que Cavaco Silva, aquando da sua visita à Adega Cooperativa do nosso burgo, foi brindado pelo Presidente da mesma com uma garrafa de espumante "para festejar a vitória nas eleições" sic. Afinal em nome de quem procedia o dito dirigente, em seu nome pessoal ou em nome dos cooperantes que representa? Em qualquer dos casos, trata-se de um facto cuja gravidade não pode deixar de ser realçada. Estando a representar a instituição durante a visita de um dos candidatos à presidência, visita essa ao que consta organizada pelo CDS/PP, o seu presidente não tem legitimidade para exprimir o seu apoio ao candidato em causa, nem a nenhum outro. Que se saiba, este não foi mandatado em Assembleia Geral pelos sócios da Adega Cooperativa para manifestar o apoio desta instituição a Cavaco Silva. Espera-se agora o mínimo, e o mínimo é um pedido de desculpas por parte desse senhor ao sócios da cooperativa. E não apenas aqueles que não partilham da opinião do seu Presidente mas a todos!
Uma vergonha!

Paulo Gouveia

Nota: Por estar ausente do país, peço desculpa ao Paulo Gouveia pela publicação tardia,deste artigo de opinião.

sábado, janeiro 07, 2006

Vamos ao trabalho !

Se,por vezes, o poder cai na mão de quem nada fez de especialmente meritório para o conseguir, é verdade.
Se geralmente o poder é perdido por alguém mais do que é ganho por outrem, é também verdade.
Que as estratégias de poder pessoal são no geral mais eficazes está á vista de todos.
E vamos ficar parados por isso?
na política nacional os governos facilmente ficam ezaustos, bloqueiam, chegam a um beco sem saída. Então, com maior ou menor sorte, não revelando muitas vezes o que se entende ser necessário ser feito ou mais friamente mentindo, alguém apanha com maior ou menor facilidade essa oportunidade.
Na política local parece não ocorrer tão facilmente uma queda do cadeirão.
Há necessidade de uma clara demarcação de posições e objectivos, de explicitação das opções em confronto, de uma adesão mais vincada das pessoas.
Os poderes instalados a nível local são, como é evidente, mais difíceis de derrubar. Mas convenhamos: Esta situação ocorre mais por demérito das oposições do que por mérito dos situacionistas.
Não chega blá-blá de boca. É perciso um trabalho sério e competente. A oposição tem de se afirmar pelos seus méritos.
Isto não é um trabalho de "sábios", que secretamente congeminam estratégias e iniciativas. É um trabalho para todos. A adesão e colaboração de todos os que com seriedade querem contribuir para o bem comum é necessária, urgente e imprescindível.

Manuel Pires Trigo

terça-feira, janeiro 03, 2006

CRISE

"Quem porcos procura em cada moita lhe roncam" Ditado vicentino.

Desde que me conheço, desde que comecei a tomar consciência da vida e do mundo que nos envolve e do qual fazemos parte, fui-me apercebendo que a palavra crise fazia parte do léxico português.

Este vocábulo de origem grega, muito usado na terminologia portuguesa, tanto pode significar alteração de uma situação doentia para melhor ou pior, ou então, uma conjuntura perigosa, grave, anormal ou aflitiva.

Ora, desde que se estabeleceu a democracia no nosso país, já lá vão mais de trinta anos, as situações de crise nunca deixaram de existir. Quer dizer que em democracia a crise é permanente, ou seja, o sistema político, social e económico democrático tem características intrínsecas de instabilidade estável, que fazem com que o equilíbrio social em todos os seus domínios seja uma sucessão infindável e permanente de salutares desequilíbrios.

É óbvio, que uma sociedade livre e democrática é, por princípio, constituida por cidadãos atentos, que expressam com regularidade a sua opinião, apoiam ou contestam decisões, manifestam satisfação ou insatisfação pelas situações de vida, em suma, são seres dinâmicos, que constituem uma sociedade dinâmica, moderna e actualizada, em constante mutação.

A insatisfação natural do ser humano, a necessidade que tem de proceder a novas descobertas, a levar a cabo novas realizações, faz dele um cidadão desejoso de atingir novos objectivos e, de forma positiva, ser um contestatário por natureza, pretendendo sempre ir mais além, superar ou superar-se.

Neste sentido a palavra crise ou as situações políticas e sociais críticas, têm naturalmente razão de ser, fazem parte do regime democrático. Mal seria se tal não acontecesse, pois a sociedade tornar-se-ia cinzenta, abúlica, desinteressante.

Certamente,deveremos preocupar-nos em fazer com que as situações de crise sejam vividas de forma activa mas pacífica, isto é, com conflitos verbais civilizados, com conflitos institucionais intensos e dentro das regras constitucionalmente estabelecidas, sem haver necessidade do uso da força no seu sentido mais negativo ou pejorativo.

A crise existiu, existe e existirá cada vez mais com a globalização. Enquanto existirem homens ávidos pelo saber e pelo conhecimento, interessados em viverem melhor e com mais justiça, desejosos de um futuro agradável para todos, certamente que a crise continuará a fazer parte do nosso quotidiano.

Que as nossas crises se mantenham, e permaneçam por muitos e longos anos, para bem, não só do crescimento, mas também, do desenvolvimento geral do país.

Jorge V. Silva

domingo, janeiro 01, 2006

2006 ANO DE EXCELÊNCIA ... !


Ser excelente é levantar os olhos da terra, elevar o espírito e sonhar com atingir o impossível.
Um pensador morre num dia, um sonhador vive eternamente.
A todos os colaboradores deste forum um ano 2006 de sonho e excelência.

Montenegro Fiúza

A Crise de que queremos sair

A crise anda nas bocas do mundo há algum tempo. A identificação dos problemas é sempre o primeiro passo para uma solução equilibrada. Para as respostas sérias este pressuposto é fundamental.
A solução encontra-se-á ponderados também os efeitos colaterais que sempre ocorrerão. O controlo destes efeitos tem de fazer parte da solução.
A saída da crise não é um caminho fácil e linear. A tentação do facilitismo é um perigo a ter presente e evitar.
Perante outras crises que têm ocorrido os Homens já se socorreram de várias das tais saídas fáceis: destruição dos meios produtivos, migração, rebelião, guerra, ditadura.
Tudo isto já foi tentado para ultrapassar essas situações de rotura mais ou menos eminente.
Claro que estas e mesmo outras menos gravosas aqui e agora já nos não passam pela nossa c"congeminação".
Temos de usar preferencialmente o nosso poder intelectual para superar as dificuldades por meios democráticos. Temos de utilizar a negociação como meio para resolver muitos dos problemas que se nos deparam seja a que nível for.
É a economia que nos arrasta. Para uma economia globalizada, temos de pensar o mundo e a vida de modo global. Sabemos que os acontecimentos que parecem fugir ao nosso controlo podem ser melhor dominados se usarmos para tal a nossa sabedoria.
Tenhamos esta certeza: o nosso futuro tem de ser mais nobre, mais fraterno e infinitamente mais justo.

Manuel Pires Trigo