FORUM DE DEBATE POLÍTICO

segunda-feira, agosto 28, 2006

“FEIRAS NOVAS” - Opinião



É consensual a necessidade de se implementarem medidas de segurança durante o período festivo das “Feiras Novas” de Ponte de Lima, em especial, nos locais onde a aglomeração de pessoas é demasiado elevada, como é o caso de toda a zona das Pereiras e áreas limítrofes.
Penso que, face a esta grave situação a medida preventiva mais apropriada é alargar o espaço de realização da festa.
Porém, não concordo com a retirada ou esvaziamento daquele que já começa a ser o centro nevrálgico do convívio juvenil, com medidas de deslocação de actividades afins (musicais ou não) para as designadas “Expolima” e “Feira do Gado”.
A solução que defendo e que julgo ser a mais sensata, será utilizar os espaços das “Expolima” e “Feira do Gado” para a realização de uma adequada e, provavelmente, necessária Feira Agro-Industrial. Assim, retirava-se da Avenida António Feijó a habitual e desajustada parafernália de tractores, alfaias agrícolas, stands de automóveis e outros, reservando-se esta ampla e importante artéria da Vila para implantação ordenada de outro género de stands (com música ou não), com bebidas, artesanato, etc., que habitualmente proliferam nas ruas estreitas, condicionando a circulação de pessoas, agravando as condições de segurança e higiene públicas e pondo em risco a integridade física dos utentes.
Creio que esta será uma medida que contribuirá para o desanuviamento e alargamento do espaço festivo, e que satisfará todas as partes envolvidas, obviamente interessadas em usufruir de modo diverso de um importante evento que é de todos e para todos.

Jorge Silva

sábado, agosto 26, 2006

Reforma eleitoral...


Há muito que venho defendendo a reforma da lei eleitoral. O eleitor votaria no Partido mas também em candidatos. Dessa forma contribuía-mos para a aproximação entre o eleitor e o eleito. Teríamos partidos mais coerentes.

Creio ser este o caminho. O voto em lista, na prática, oligarquiza os partidos, faz com que os caciques tenham o poder absoluto, porque a lista, na eleição, terá um sequência de nomes definidos por quem manda ,nesses mesmos partidos. Portanto, a capacidade de renovação fica prejudicada. Além disso, o facto de se votar em listas não faz com que os partidos se tornem mais coerentes, que se possa distinguir um partido do outro, do ponto de vista das ideias e das propostas. Continuam a ser muitas das vezes instrumentos de busca de poder, sem um efectivo compromisso com a cidadania.

Tal como está ao invés de democratizar, promove o “mandonismo”, e a prevalência do Executivo continuará intocável.

Para se ter um eleito respeitado é necessário que ele tenha realmente papel relevante. É necessário que os partidos sejam obrigados a organizarem-se para ter força no eleito, porque essa força significaria poder efectivo.

Além disso, é necessário que o cidadão perceba claramente a importância do eleito para si. Como querer que o eleito tenha força, se assistimos constantemente a afirmações do género”… eu fiz, eu faço, eu farei,..como se não existisse um outro poder fiscalizador e perante o qual ele precisa prestar contas?

No poder autárquico defendo o fim da eleição directa para o executivo municipal, que passaria a ser indicado pelos eleitos (assembleia municipal), com um mínimo de 60% dos votos dos eleitos e o compromisso de realizarem um plano de governo municipal também aprovado pela assembleia.

Alguém quer estas mudanças?
O cidadão, através de organizações poderia levar propostas à assembleia municipal para a elaboração do plano de governo municipal. Tudo isto precisaria de ter efectivamente uma regulamentação. Mas que seria viável, seria. É preciso é ter Ambição para mudar!

Montenegro Fiúza

sexta-feira, agosto 25, 2006

À memória da Dª Carolina Dantas Guimarães



Cedo, bem cedo, praticamente desde que comecei a soletrar as primeiras letras faz parte dos meus hábitos de leitura o Semanário Cardeal Saraiva.
Não estranha por isso o facto de ser assinante deste quase centenário Semanário defensor dos interesses do concelho de Ponte de Lima.
No dizer do Castilho, o Cardeal Saraiva foi o maior filólogo do século passado e um dos introdutores da Liberdade em Portugal.
Nos seus 97 anos o Jornal Cardeal Saraiva tem vindo “a por o preto no branco”, o que nem sempre é fácil, e muito menos, neste concelho Limiano.
Foi com pesar que soube do falecimento da sua Directora , Maria Carolina Dantas Soares Guimarães, uma senhora que me cativava pela sua simpatia e pela sua amizade. Os seus familiares e em especial o seu marido Álvaro Castro e o seu filho Avelino Castro, honrarão a sua memória, dando continuidade ao espírito deste Semanário Local.

Montenegro Fiúza

terça-feira, agosto 22, 2006

A Expovaca do Lima



A nossa Expovaca foi inaugurada com alguma circunstância e nenhuma pompa nas Feiras Novas de 2005. O seu objectivo era ser a placa giratória do gado dos prados verdejantes do Lima em direcção aos grandes centros consumidores.
Objectivo gorado, eis que a nossa Expovaca passa, sem nenhuma pompa nem qualquer circunstância, a Expolima. Enfim, dessem-lhe alguma utilidade àquele inestético mamarracho, era o que se pedia.
Só que o azar anda a perseguir quem, com tão boas intenções, presumo eu, não quer que o dinheiro lá gasto seja dinheiro deitado fora. O calor não ajuda e as pessoas fogem. As associações convidadas não dão conta do recado e as suas iniciativas estão cheias de vicissitudes que envergonhariam qualquer um.
Os ditos Festivais de Música só forneceram pratos requentados em 3º. ou 4ª. extracção e música a metro para afugentar demónios e os que estão na cama que venham ajudar que o noite é nossa.
A Festa do Vinho parece que até foi a que melhor correu mas não se livrou de alguns percalços e desentendimentos. A Câmara promete que no próximo ano o vinho vai correr melhor, esperamos para ver.
A Feira de Artesanato e Petiscos foi uma calamidade. Os Artesões não queriam os Ranchos Folclóricos a preparar petiscos, estes não queriam um tasquinho de uma das equipas que se formaram para colaborar com a Liga Portuguesa contra o Cancro na campanha “Um Dia pela Vida” e estes não queriam chatear ninguém. Enfim, só queriam vender o que com tanto custo e empenho andaram a pedir pelos estabelecimentos da vila que no geral tão bem colaboraram.
Só que chatices não faltaram, discussões antes, durante e depois do evento, intervenções nada conciliadores do Vereador responsável, atitudes e termos que deveriam estar arredadas do nosso convívio, palavra puxa palavra, quando falta alguém com autoridade e bom senso para coordenar iniciativas que vivem do velho espírito egoísta está o caldo entornado.
E dizem muitos que se não fosse por respeito ao sacrifício que tantos tinham já feito é que o caldo se entornava mesmo. Lá isso tinha.

Manuel de Sousa Pires Trigo

sábado, agosto 19, 2006

MEMORANDUM


Tememos as coisas na medida em que as ignoramos”

Tito Lívio, historiador romano.


Ter memória, é ter o passado presente, para não ter medo do futuro.
Recordar os lados bons e maus da vida é sinal de lucidez, realismo e responsabilização.
Memorar, é ter capacidade de reter imagens que nos sensibilizaram, vivências que nos marcaram, ideias e valores que nos transmitiram, noções ou conhecimentos que nos ministraram.
Lembrar, é não ter memória curta. É reconhecer com humildade o desempenho do outro ou dos outros, sem inveja, sem sofismas ou qualquer sentido pejorativo.
Ter memória, é comemorar algo. É celebrar feitos, acções, atitudes. É fazer história, é respeitar o outro, é ser humano.
Será que hoje existe o complexo da História? Um complexo histórico ou ignorância dos factos sociais, económicos, políticos e intelectuais que influíram na nossa existência e na humanidade em geral?
Quando se analisa o passado muitos consideram ser um acto obsoleto, sem sentido! - - Para que interessa o passado, dizem alguns? - O que interessa é o presente e o futuro, dizem outros! De facto terão estas teses alguma consistência?
O que seria a actualidade sem a ligação ao passado? Não o passado lamechas, retrógrado, conservador no mau sentido, arcaico e fútil!
Ignorar todo o esforço daqueles que nos precederam, será certamente um erro que pagaremos muito caro se o fizermos.
“Pior que ignorar, é tentar esquecer”, referia em tempos um anúncio na comunicação social!
Esquecer propositadamente a realidade circundante, a acção humana, o estudo das origens e progressos de uma arte ou ciência é, objectivamente, o cúmulo da incompetência e da má-fé.
O futuro constrói-se com o passado, no presente, de forma realista e responsável.
É por tudo isto que, muitas vezes, quando vemos alguém viver de forma intensa e única o conhecimento dos fenómenos que diariamente se desenvolvem à nossa volta, por incapacidade ou falta de interesse, de forma simplista e com a maior das facilidades, criticamos as atitudes.
Sem conhecimento de causa, emitimos opiniões! Levianamente, denegrimos a imagem. De forma derrotista, sem qualquer intuito construtivo, reagimos e não agimos em conformidade, como seria desejável e útil para todos.
Com bom senso e humildade, ainda continuamos a tempo de mudar.
Sejamos cada vez mais conscientes e interessados pela comunidade em que vivemos, pelos problemas que nos cercam, pelo mundo em permanente transformação que, de todos e de cada um de nós, o presente e o futuro dependem, sem desprezar o passado e sem nostalgias pacóvias.
Parafraseando o pensador chinês Confúcio: - “Só o mais sábio dos homens e o mais estúpido dos homens nunca mudam”.
Jorge V. Silva

sexta-feira, agosto 18, 2006

GLOBALIZAÇÃO


"Globalização não é um conceito sério. Nós, os americanos inventámo-la para dissimular a nossa política de entrada económica nos outros países. E para tornar respeitáveis os movimentos do capital, que são sempre a causa de grandes problemas..." John Kenneth Galbraith
Quem disse isto foi nem mais nem menos que um dos maiores economistas mundiais.
Talvez por parecer tão comum este conceito nos dias de hoje, somos levados a não reflectir sobre ele... Aqui fica a deixa para a reflexão.

Montenegro Fiúza

domingo, agosto 13, 2006

CASOS SEM SOLUÇÃO...



“Arbusto colocado em frente a uma passadeira na rua Dr. Cassiano Baptista vai permanecer lá dificultando a visibilidade dos peões. O Vereador Gaspar Martins diz que não se justifica a sua remoção, porque a passadeira é larga.” in Jornal Cardeal Saraiva 04-08-2006. (Ponte de Lima – Portugal)

Portugal – questão que eu tenho comigo mesmo (…)
Meu remorso,
Meu remorso de todos nós…
Alexandre O´Neill,
“Feira Cabisbaixa”, 1965


E assim continuamos neste concelho, terra dos ilustres General Norton de Matos, António Feijó e Manuel Tito de Morais, institucionalizando, a Cultura do faz de conta, em tristemente promissores, inexoráveis, desenvolvimentos. Afinal, esta Democracia, dos facilmente aquietados, sem problemas de maior, no vegetativo “andar por aí”, bem como das dependências “culturais” das telenovelas, são talvez a explicação para estes fenómenos raros, ou talvez nem tanto assim, da política nacional.

Montenegro Fiúza

quarta-feira, agosto 09, 2006

Qualidade da água - reprovada


Foi em 1997 que uma praia fluvial portuguesa mereceu pela primeira vez a Bandeira Azul da Europa.
O galardão europeu, que funciona como um certificado de qualidade ambiental, foi atribuído à praia fluvial do Arnado na freguesia de Arcozelo em Ponte de Lima.
O diagnóstico em 2006 contrasta com a qualidade que, em 97, valeu a Ponte de Lima a Bandeira Azul.
Análises feitas recentemente à qualidade da água da praia do Arnado pelo INAG levaram este instituto a interditar este espaço.
Os critérios de avaliação estabelecidos pela campanha, promovida pela Fundação para a Educação Ambiental na Europa, passam pela avaliação da qualidade da água, da informação e educação ambiental e da gestão do ambiente e equipamentos.
Tal como temos vindo a referir as bacias do Rio Lima e Rio Neiva, e muitos outros afluentes, as suas margens, a biodiversidade, devem ser defendidas e preservadas.
É necessária uma efectiva política de ambiente neste concelho, sob pena de hipotecarmos uma das maiores riquezas de Ponte de Lima.

Montenegro Fiúza

terça-feira, agosto 08, 2006

A "Política de Juventude" que vamos tendo...


Infelizmente a ausência de uma verdadeira política de Juventude no nosso concelho leva a que se queira "tapar o sol com a peneira", ou como dirão outros "pior a emenda que o soneto", ou ainda, "quem não sabe a mais não é obrigado".
Foi isso o que se passou este fim de semana com a escolha do local para a realização de uma série de concertos musicais, naquele que foi projectado e concebido para ser o espaço destinado á Feira do Gado, e não para a realização de espectáculos musicais.
Nas últimas eleições chamamos a atenção dos Limianos para a necessidade de criar em Ponte de Lima espaços de lazer e de ocupação de tempos livres que satisfaçam os seus anseios, como por exemplo, pela criação do grande espaço lúdico já projectado e aprovado há anos pelo Executivo Municipal, o chamado “LETHES ANIMAÇÃO”, empreendimento parecido com as conhecidas “Docas” de Lisboa.
Resta-nos esperar que como diz o provérbio popular “ água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.Os jovens em Ponte de Lima, continuam a não ser tratados da forma mais conveniente e adequada. A juventude continua a ser esquecida, e não podemos continuar a viver de actividades pontuais.

Montenegro Fiúza

sábado, agosto 05, 2006

DEBAIXO DE FOGO...


A crise político internacional, envolvendo Israel e o Líbano, não é um conflito somente provocado pelo sequestro de dois soldados, ou somente por causa de Israel e o Hezbollah.
Desde a guerra dos seis dias, em 1967, tudo, infelizmente, gira em torno da disputa sobre a posse de Jerusalém.
Israel disputa com os palestinianos a posse de Jerusalém que, para os muçulmanos, deve ser a capital do seu novo estado.
A vitória do Hamas no cenário político palestiniano passou a minar, aos poucos, qualquer aproximação com Israel.
Os últimos acontecimentos agravaram ainda mais o já delicado clima. O sequestro no dia 12 de Julho de dois soldados israelitas pelo grupo islâmico Hezbollah.
Quando Ehud Olmert, ordenou o ataque ao território libanês, lar do Hezbollah , logo os líderes muçulmanos declaram abertamente guerra contra Israel. Enquanto o exército israelita tenta anular o controle do grupo, com ataques imprecisos, forma-se por todo o Médio Oriente uma rede de apoio ao Líbano e ao Hezbollah, que vem agravar ainda mais a tensão existente nesta região.
Israel, em nome da segurança de dois soldados, causou a morte de centenas de outros civis que não tem ligação directa com o cenário, como se comprovou pelo massacre em Qana. Para eles, as mortes já ocorridas justificariam o resgate destes outros dois reféns, aliás algo muito estranho. Já para os palestinianos, uma guerra iniciou-se, e dificilmente se encerrará apenas com negociações. As perdas têm sido muito grandes, e o medo de que uma crise humanitária se instale em território libanês é cada vez mais frequente, já que Israel não permite o acesso de organizações humanitárias ao território, tendo fechado todas as fronteiras do país.

Montenegro Fiúza