FORUM DE DEBATE POLÍTICO

segunda-feira, setembro 04, 2006

O pneu como rampa de lançamento



Quem passa pela Ponte Medieval é comum ver a flutuar na água do Rio Lima, mergulhados nela ou depositados nas suas margens, alguns objectos menos apropriados. Quando a corrente de água aumenta lá vai levando, com algum custo, é certo, algumas dessas excrescências.
O que se vê há dias no leito do nosso Rio é um grande pneu, talvez de camião ou de tractor e que o Rio não arrasta. Uns dias está de fora da água, noutros, quando em Touvedo nos resolvem brindar com mais alguma água, está inteiramente mergulhado.
Imagino que tenha sido abandonado na beira do Rio e os nossos “rapazes”, céleres, levaram-no para onde ele sirva de prancha de mergulho, para o que, aliás, é fraco remedeio.
Para quem passa é um espectáculo, não direi degradante, mas mais um sinal revelador do desleixo com que é tida a nossa zona balnear, motivo tão importante para a avalanche dos nossos visitantes de fim-de-semana.
Não valem pretensos discursos moralistas atacando a falta de civismo deste ou daquele, dos nativos ou dos veraneantes. Vejo tanta gente a praguejar, a chamar, não se sabe a quem, de gentinha ou criaturinhas, que só contribuem para baixar o nível do diálogo social. Hoje já poucos se envergonham com estes epítetos.
O que é necessário é tomar medidas para induzir comportamentos não desviantes. É necessário manter um mínimo de higiene e salubridade. Nem que seja necessário pedir um subsídio ao Senhor Valentim Loureiro.
É necessário que o vasto potencial que podemos pôr à disposição das pessoas o seja em condições que não possam ser degradadas por mentes mais perversas. Porque quem para cá vem, vem descarregar o “stress”, modernice para o nosso velho “desopilar os fígados”.
Há medidas de fundo que podem ser tomadas mas infelizmente tardam. Não se vê que este executivo camarário tenha ideias válidas sobre o assunto. Anda ao Deus dará.

Manuel de Sousa Pires Trigo