FORUM DE DEBATE POLÍTICO

quinta-feira, junho 08, 2006

FOGOS FLORESTAIS

No passado fim de semana iniciou-se outro período de fogos florestais.
O clima era propício ao deflagrar dos fogos e dificultou o trabalho dos bombeiros.
O resultado foi mais uns milhares de hectares ardidos e que os nossos governantes consideram como "normal" face às condições climatéricas.
A forma como decorreram as operações de extinção destes incêndios é que não é de todo normal.
O Governo criou unidades de intervenção precoce e equipas helitransportadas para uma primeira intervenção nos fogos florestais de forma a tentar conte-los na fase inicial. No caso de Barcelos ( Fragoso ) a tal primeira intervenção não foi feita, não estava lá a equipa helitransportada segundo as informações veículadas na comunicação social. Onde é que estavam estes meios? Quem é o responsável pela activação dos mesmos? Foram gastos milhares de euros para obter estes meios, para quê?
Os meios aéreos só chegaram ao fim de dois dias, quando já nada havia para arder.
Segundo o secretário de Estado da Administração Interna estes meios são ineficazes quando as chamas são muito violentas. "Os aviões são muito importantes apenas no começo do fogo", disse aos jornalistas o secretário de Estado, Ascenso Simões. Mas se isso é verdade porque é que não actuaram no inicio? O que é que falhou? Quem são os responsáveis? Será que o fogo quando começou já era incontrolável?

Segundo declarações citadas no Jornal de notícias, edição on line " Manuel Veloso, ex-director de operações do Serviço Nacional de Protecção Civil, é taxativo ao dizer que o conceito está correcto, mas o problema é que as equipas helitransportadas estão mal localizadas, isto é, longe das zonas que se sabe serem de risco."

Estes acontecimentos resultam da falta de meios ou da incompetência de alguns (nomeadamente de quem decide)?

Quanto à etiologia dos fogos é evidente que nem todos podem ser derivados das condições climatéricas, senão o país todo estava a arder durante estes dias.
Fazem falta mais vigilantes nas florestas, nomeadamente voluntários (caso dos jovens - como ocupação dos tempos livres). Se não existe capacidade para contratar mais funcionários o governo deve apostar no voluntariado.
De uma vez por todas os nossos governantes têm de se convencer que sem uma politica de ordenamento territorial onde esteja prevista a reflorestação com espécies autoctones, devidamente ordenadas, com corta fogos, etc. não é possivel reduzir o numero de fogos.

Na minha opinião são necessárias vários aspectos a ter em conta para que se consiga diminuir o numero de fogos durante o ano.
Ordenamento territorial, vigilância, verticalização das cadeias de comando das forças envolvidas no cambate a incêndios, bons meios de combate, envolver a população civil na vigilância e prevenção através da formação de brigadas nas freguesias com meios básicos mas fundamentais no inicio dos fogos, etc.
As alterações climáticas fazem com que a época de risco seja maior cada ano que passa. Por isso é necessário a intervenção de todos para que evitemos este flagelo. Apostar na prevenção e na intervenção rápida é a solução mas isto não é possivel na situação actual em que as brigadas estão longe das zonas de risco.

José Carlos Roque