FORUM DE DEBATE POLÍTICO

domingo, abril 30, 2006

O essencial e o acessório

Em Ponte de Lima continuamente estamos a perder alguma coisa. Ciclicamente estamos sujeitos a ameaças de mais um abandono. Será somente porque embirraram connosco?
Porque teremos que ser nós as eternas vítimas da racionalidade económica? Quando é necessário poupar vêm cá e tiram-nos os bens.
Os benefícios da centralização justificam tudo? Se já não temos a massa crítica que permita a mais eficaz utilização dos meios, vamos ficar privados de todo e qualquer desses meios e dos benefícios correspondentes?
Seremos nós tratados assim por brincadeira ou é desprezo? Nós não vincamos suficientemente a nossa potencialidade e a nossa centralidade, a nossa força e determinação.
Será que o nosso lobbying, centrado há anos numa só pessoa, está a perder força? Não estará a nossa estratégia errada há muito tempo?
Somos nós que permitimos que o essencial continue a ser usado como moeda de troca para conseguir o acessório. Parece que nos chega sermos bons em algo superficial mas que é garantido ser notícia de telejornal? Os jardins são o nosso fim? Somos como as crianças que se contentam com uns confeitos?
O essencial é aquilo que nos deve unir e de que não devemos abdicar a troco de nada, estejamos no Governo ou na oposição. E nesse essencial estão os cuidados de saúde que nós merecemos, pela nossa dimensão, pela nossa centralidade, pelas condições básicas que já possuímos, pelo capital humano de que dispomos.
Não podemos, não devemos defender poderes corporativos, visões bairristas, invejas provincianas mas tão só contribuir para que todos os esforços se unam na defesa desta causa cuja justeza nos é evidente e acabará por se impor, com certeza, a quem tem de decidir.

Manuel de Sousa Pires Trigo