Ter memória !

Considera-se que, a acção de conservar na lembrança, imagens, ideias, recordações duradouras, reter momentos ou situações mais ou menos marcantes do dia a dia e da vida humana, é ter memória.
Não sei se será por razões de natureza fisiológica ou de cariz psicológico, o que é certo é que muito boa gente dos nossos burgos, em especial alguns responsáveis sócio-políticos, têm sido acometidos de sérios problemas de amnésia ou outro tipo de perturbações que afectando a capacidade de selecção e actualização de dados do quotidiano, prejudica enormemente a leitura da realidade circundante e, por conseguinte, a gestão da "coisa" pública.
Algumas vezes, a certas pessoas ocorre o esquecimento que não deve ser confundido com a amnésia, pois o esquecimento como uma impossibilidade momentânea de recordar algo do passado, não chega a ser tão"perigoso" quanto à amnésia.
Digamos, que só permite uma análise intermitente e incompleta de tudo aquilo que nos envolve.
Ora, ter memória, não esquecer, são condições essenciais do progresso intelectual, quer ao nível individual, quer ao nível do colectivo, em qualquer comunidade.
Ter memória, não esquecer, é ser consciente, estar vivo e actuante, condições promordiais a todo o tipo de desenvolvimento.
É habitual dizer-se que o tempo muda as coisas. Mas na realidade somos nós próprios quem tem de as mudar.
Contribuamos para que a falta de memória e o esquecimento de alguns (não sei se terá sido por causa do "Queijo Limiano"), deixe de ser um lugar comum, e tudo façamos para avivarmos, civilizadamente e de forma activa, o subconsciente "consciente" de alguns responsáveis sociais e políticos das nossas praças, apelando de forma constante ao MEMORIAL existente em todos e qualquer um de nós.

Jorge Silva